POR: Diná Sanchotene
Passar em um concurso e continuar estudando para conseguir ser aprovado no cargo dos sonhos. Esse é o caminho escolhido por diversos profissionais que começaram a carreira pública em funções técnicas, por exemplo, mas mantiveram a rotina de concurseiro e conseguiram chegar ao topo, graças às suas experiências anteriores. O que leva essas pessoas a não se afastar dos livros e a galgar voos maiores? A resposta é simples: um salário melhor, oportunidades de crescimento e desenvolvimento tanto pessoal quanto profissional.
A GAZETA reuniu vários concurseiros profissionais que se tornaram campeões das maiores seleções do país. Eles ensinam como conseguiram passar em tantas provas em busca de um cargo melhor do que aqueles que tinham antes.
É claro que antes de conseguir o sucesso, eles também passaram por diversas reprovações. Como é o caso do juiz federal William Douglas, que não conseguiu ser aprovado em seis seleções, mas não desistiu do sonho. Ao todo, ele foi aprovado em sete concursos, entre eles de defensor público e de delegado de polícia do Rio de Janeiro.
“Quem já passou em um concurso tem menos estresse e pressa, menos dúvidas sobre o fato de que é possível passar nas provas”, resumiu.
O também juiz federal Boaventura João Andrade, presidente da Turma Recursal do Espírito Santo, sempre teve o sonho de ser advogado. Ao se formar, trabalhou na iniciativa privada quando decidiu fazer o concurso para técnico judiciário no Tribunal Regional Federal. Depois de vários anos na funções, ele se interessou pela magistratura.
“Depois de conhecer a natureza do trabalho, fui gostando e caminhando para o concurso de juiz. O processo seletivo para carreira jurídica é muito puxado, por isso, é preciso ter dedicação, compromisso e identidade com a carreira e a instituição. Faria tudo de novo, pois vale a pena o esforço e a recompensa de servir”, contou.
O procurador do Estado Érico de Carvalho Pimentel passou para os cargos de técnico judiciário do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco e técnico e analista do Tribunal Regional do Trabalho do Espírito Santo antes de ser aprovado na seleção da Procuradoria-Geral do Estado (PGE).
“O meu sonho sempre foi exercer advocacia pública ou como advogado ou como procurador. Precisava de dinheiro e fiz concurso para ter renda. Cheguei a ligar até para quem não conhecia para pegar dicas de provas de procuradoria. O sucesso é obtido com metas definidas e direcionamento dos estudos”, contou.
O analista do Tribunal Regional do Trabalho de Goiás Thiago Campagnaro Crevelin sempre teve o foco na carreira federal. Há quatro meses, ele precisou mudar toda a vida dele para ir atrás do sonho.
“Saí do Espírito Santo para morar em Goiás. No entanto não desisti do meu sonho e continuo estudando, agora para magistratura. Concurso é repetição. Quanto mais especializado, mais resultados você consegue. Vale a pena correr atrás do sonho. Logo no início, fiz cursinho, mas depois optei por estudar sozinho”, disse. No primeiro concurso, Crevelin foi aprovado na Ceturb, e no segundo, como técnico no TRT do Espírito Santo.
Já a carreira de servidora pública de Cristiane Bloise Hygino Teixeira começou no Ministério Público do Espírito Santo. Ela ficou no cargo por um mês e logo foi aprovada como analista do Tribunal de Justiça do Estado. Hoje, ele ocupa o cargo de técnico no TRT do Espírito Santo.
“Comecei a estudar do zero porque não tinha a menor noção de leis. No entanto meu foco era área jurídica. Apesar de não ter sido aprovada no primeiro concurso, não desanimei, pois sabia que queria passar e que conseguiria. Fiquei quatro anos estudando, sendo três trabalhando. O TRT tem muitos benefícios e oportunidades de crescimento na carreira”.
Cargo técnico é trampolim para o auge da carreira
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